Neste território Alentejano, desfruto de ar livre e de uma paz constante que me deixa totalmente segura. Ouço os pássaros empoleirados nas figueiras, com os seus chilreares estridentes e alegres, e observo atentamente as andorinhas com os seus movimentos circulares, atravessando as casas caiadas de branco. Os cães vadios passam pelos muros silenciosos e seguem o seu caminho pela estrada cheia de pedras. É um mundo quase isolado, mas não posso deixar de admitir que é bastante agradável.
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Esqueço todos os meus problemas quando me isolo no quarto soalheiro e escrevo tudo o que tenho em mente. Nestes momentos de solidão , penso em como os amigos fazem verdadeiramente falta, e em como a vida se torna acentuadamente monótona quando não estamos com eles. De facto, eles fazem parte da minha vida e são bastante importantes para mim. Não sei bem como descrever uma amizade, mas estou segura de que encontrei algumas que irão ficar para a vida inteira.
Comecei a pensar ainda mais na vida. Em como foi difícil para mim o início da adolescência traiçoeira, quando começaram a surgir os sintomas deste crescimento acentuado. Agora sinto-me grata de ter atravessado a pior fase, com a grande ajuda dos meus amigos, e estar finalmente a gostar da minha vida. Sei que tenho ainda de traçar muitíssimos rumos, mas sinto-me preparada para o que der e vier e pronta a ajudar quem mais precise. Talvez esteja a descrever uma das minhas grandes qualidades, ou, caso contrário, um defeito do meu feitio preocupado pelos outros.
Mais uma vez, obrigada por estes minutos de atenção,
Rita f.