E as saudades apertam. Sinto a falta daquela voz que me acalmava sempre que acordava alvoroçada, daqueles gestos carinhosos que me embalavam no frio da noite, daqueles brancos cabelos sedosos que me tocavam na cara e me faziam sorrir, daquele ‘Dorme, Ritinha’ que tanto gostava de ouvir, daquela alma viva e terna que me guiava para todo o lado. Tenho saudades, muitas saudades, daqueles momentos avó-neta, em que eu me sentava na cama a ouvir as mais variadas histórias que aquela pessoa tão bondosa tinha para me contar. A minha imaginação de criança fazia-me voar, vaguear por um mundo só meu, passar por lugares inimagináveis, escutando aquela doce melodia que entoava na minha cabeça, sem fim. Era tudo tão perfeito, tão calmo, tão puro.
E ela trabalhava tanto, ao mesmo tempo que tomava conta de mim, criança irrequieta e curiosa. E eu olhava bem os olhos cansados daquela pessoa sempre tão enérgica, e pensava: ‘Como é que és tão incansável, tu que trabalhas tanto ao cuidar de mim?’. Mas ela nunca se sentia cansada, nunca estava mal. Mesmo naqueles dias mais cinzentos e deprimentes eu conseguia encontrar a felicidade estampada naquele rosto. Quando havia algum problema, ela não se deixava ir abaixo. E eu observava aquele grande sorriso. O meu mundo parava para admirar aquela senhora. Para ela, o facto de eu estar bem bastava para ela estar também.
Nunca vi ninguém assim. Nunca vi ninguém que desse tanto de si próprio aos outros, não assim.
Custa-me pensar que um dia ela não estará cá quando eu a procurar, assim como eu não tenho estado presente quando mais precisa de mim. Custa-me pensar que um dia entrarei por aquela porta, e ela não estará lá para me receber, de braços abertos, olhos a brilhar, como costumava estar. Custa-me entender que não será sempre assim.
E ela trabalhava tanto, ao mesmo tempo que tomava conta de mim, criança irrequieta e curiosa. E eu olhava bem os olhos cansados daquela pessoa sempre tão enérgica, e pensava: ‘Como é que és tão incansável, tu que trabalhas tanto ao cuidar de mim?’. Mas ela nunca se sentia cansada, nunca estava mal. Mesmo naqueles dias mais cinzentos e deprimentes eu conseguia encontrar a felicidade estampada naquele rosto. Quando havia algum problema, ela não se deixava ir abaixo. E eu observava aquele grande sorriso. O meu mundo parava para admirar aquela senhora. Para ela, o facto de eu estar bem bastava para ela estar também.
Nunca vi ninguém assim. Nunca vi ninguém que desse tanto de si próprio aos outros, não assim.
Custa-me pensar que um dia ela não estará cá quando eu a procurar, assim como eu não tenho estado presente quando mais precisa de mim. Custa-me pensar que um dia entrarei por aquela porta, e ela não estará lá para me receber, de braços abertos, olhos a brilhar, como costumava estar. Custa-me entender que não será sempre assim.
Em tudo o que puder, estou aqui.
Adoro-te, Avozinha.
Rita f.
6 comentários:
É Magia.
Vergilio Ferreira disse-o: Palavras são Pedras.
Outro alguém disse: Pedras no caminho? Guardá-las-ei e construirei o meu próprio mundo com elas.
É o que nós fazemos.
Construimos um mundo mágico com as palavras.
Estou tao orgulhoso de ti Maninha Linda =D
As melhoras!
Bijinho do teu maninho***
:)
Quase que chorei
Maninha Linda =D
Dá tambem uma vista de olhos no meu blog, táh?
Beijinho*
Tenho um medo enorme de perder a minha avó, so queria que ele tivesse comigo para a eternidade*
Custa-me pensar que nao pode ser assim :x
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