domingo, 8 de abril de 2007

Planície Alentejana




Decidi copiar para aqui o que escrevi, ontem, numa folha de papel .


Aqui, sobre a secretária roída pelo bicho da madeira ou caruncho, debruço - me atentamente, em cima de um velho livro esquecido, com folhas em tons de amarelo, na esperança de pôr a imaginação a voar e escrever algo interessante. Pego na caneta azul e espero as palavras certas para começar a contar. Porém, não falta muito para as encontrar, no meio dos meus inúmeros pensamentos e ideias.

Neste território Alentejano, desfruto de ar livre e de uma paz constante que me deixa totalmente segura. Ouço os pássaros empoleirados nas figueiras, com os seus chilreares estridentes e alegres, e observo atentamente as andorinhas com os seus movimentos circulares, atravessando as casas caiadas de branco. Os cães vadios passam pelos muros silenciosos e seguem o seu caminho pela estrada cheia de pedras. É um mundo quase isolado, mas não posso deixar de admitir que é bastante agradável.

À medida que estou a escrever, vou dando atenção à minha avó, frágil e delicada, que não via há três meses. Tenho-lhe dado grande apoio moral e vou mostrando o que escrevi, para ela se ocupar a ler os meus rascunhos. Olho para ela e relembro os tempos em que percorria comigo as ruas estreitas, quando era sã e escorreita. Ouço o sino da igreja no alto do monte e pergunto-me há quanto tempo estarei a escrever aqui.

*


Esqueço todos os meus problemas quando me isolo no quarto soalheiro e escrevo tudo o que tenho em mente. Nestes momentos de solidão , penso em como os amigos fazem verdadeiramente falta, e em como a vida se torna acentuadamente monótona quando não estamos com eles. De facto, eles fazem parte da minha vida e são bastante importantes para mim. Não sei bem como descrever uma amizade, mas estou segura de que encontrei algumas que irão ficar para a vida inteira.

Comecei a pensar ainda mais na vida. Em como foi difícil para mim o início da adolescência traiçoeira, quando começaram a surgir os sintomas deste crescimento acentuado. Agora sinto-me grata de ter atravessado a pior fase, com a grande ajuda dos meus amigos, e estar finalmente a gostar da minha vida. Sei que tenho ainda de traçar muitíssimos rumos, mas sinto-me preparada para o que der e vier e pronta a ajudar quem mais precise. Talvez esteja a descrever uma das minhas grandes qualidades, ou, caso contrário, um defeito do meu feitio preocupado pelos outros.
Não hesito em fazer tudo para ajudar um amigo que precise de ajuda e atenção, e faço com que os problemas deste também sejam os meus. Não consigo ver alguém desanimado e sentir que posso fazer alguma coisa. Um sorriso em alguém, é um sorriso em mim. Limito-me a ser o que sou, e mais não faço.



Mais uma vez, obrigada por estes minutos de atenção,



Rita f.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

O Regresso ao blog

Depois de ter conseguido recuperar a password do meu blog, com a preciosa ajuda do Nuno, decidi voltar a escrever nele. Assim poderei melhorar a minha escrita e adquirir novos vocábulos, de maneira a torná-la mais interessante.

Agora, nas férias, tenho mais tempo para dar asas à imaginação e escrever abertamente, mas essa não foi a razão mais forte pela qual eu decidi voltar. Os dias que passei aqui em Tancos foram espectaculares: divertidos, totalmente preenchidos e com a melhor companhia. Encontrei, por fim, um bom assunto para escrever.





Este é sem dúvida um local espantoso. Cada dia que passa faz-me gostar ainda mais deste sítio. Nunca tinha observado bem o que se encontrava à minha volta,mas agora reparo atentamente em cada pôr do sol que acontece por detrás do Castelo de Almourol. Tento ser realista, mas às vezes prefiro acentuar as coisas boas e atenuar as que menos me agradam. E tento contar tudo bem pormenorizado.

*

Agrada-me este tempo. Não há humidade no ar e observam-se poucas nuvens. É um tempo própicio para dar um grande passeio pelo mato e ficar a escutar o relaxante e maravilhoso som das folhas, abanadas pelo vento. Foi ontem que eu reparei bem nisso.

Depois do almoço, fui dar uma volta com a Patrícia e a Sara. Decidimos ir até à Praia do Ribatejo de bicicleta. Sabíamos que tinhamos um grande caminho pela frente, onde podíamos encontrar diversos perigos, mas não estávamos conscientes disso. Estávamos tão entusiasmadas que seguimos por caminhos totalmente desconhecidos.
Depois de termos andado dez minutos pelo mato, chegámos ao nosso destino. Ao fundo, avistámos o café "Estrela" e ficámos com toda a certeza de que estávamos finalmente na Praia. Fiquei a conhecer o local onde a Sara estuda e todos os caminhos estreitos que vão dar à rua principal. Não tenho palavras para descrever a nossa pequena viagem. Foi uma tarde fantástica, mas ainda não tinha terminado. Tivemos que fazer todo percurso, de volta à Escola Prática de Engenharia.
Quando regressávamos, o ambiente estava muito calmo, e na minha opinião, calmo demais. Ao longe, perto das quintas, ouvíamos cães a ladrar e depressa a preocupação e o medo instalavam-se. Por aquele caminho muito estreito, tosco e cheio de pedras seria difícil fugir se eles nos perseguissem. Os cães estavam cada vez mais perto e nem tivemos tempo de pensar em mais nada, senão em começar a pedalar.
As grandes poças que se encontravam no meio do caminho foram totalmente ignoradas e, por isso, apanhámos um banho de terra. Eu e a Sara furámos os pneus das bicicletas mas, com toda esta pressa, só reparámos quando nos encontrávamos próximo da capela, para lavar as bicicletas. Apanhámos um grande susto, mas esta experiência desagradável serviu-nos de lição para não voltar a sair da EPE, pelo menos por aquele caminho. :S

O Nuno comprou uma nova bicicleta, de maneira a fazer parte também destas aventuras, mas espero que depois de ler isto, não se aventure também pelo tal caminho.

Agradeço que digam qualquer coisa, se acharem que têm soluções para este blog se tornar mais interessante.

Obrigada pela atenção,

Rita f.

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