terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Balanço profundo


Mal consigo acreditar no que ouvi. Mal consigo interpretar as ideias que na minha mente se foram construindo e desligando, vezes e vezes sem conta. Torna-se tudo tão confuso e dramático para que o possa assimilar!

Às vezes a vida prega-nos partidas. Faz-nos rasteiras, de mil e uma maneiras, e temos sempre que saber como nos levantar e voltar a erguer a cabeça, para uma caminhada sem fim, até ao fim. Não é desistir, não é desanimar. Essa não é a melhor opção! Lutar, sim, é!

*
Chuva escura do destino,
negro caminho incerto.
Sentimento descontente,
gota de água do deserto.

Fatal vida sem rumo,
sorriso cortado no fumo.
Face sem cor, sem retorno.
No abismo do transtorno.


Em honra a uma vida conhecida,
que hoje a todos nos pregou uma partida.
Rita f.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dança invisível


Deixo-me envolver na melodia,
meu doce fragmento de ritmo e cor.
Sinto cada tecla do piano,
cada textura e sabor.

Calculo a doçura do vento,
que acompanha a dança do meu cabelo.
Sinto que está perto,
embora não consiga vê-lo.

Caminho descalça por um momento,
num passo imóvel, redondamente lento.
E num suspiro breve, a melodia permanece,
na ilusão profunda que ninguém esquece.

Rita f.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Frio incerto



O que mais dói é nada ser para sempre,
nada ser predestinado, eterno, concreto.
Tudo vai e volta, faz reviravolta,
vivendo sem noção do que é certo.

Sem temor, vive cada momento,
porque cada momento é um .
Não questiones o que sentes,
tudo muda de repente,
num sopro de pó.

Rita f.

Camuflagem


Ó, árvore de gelo que balanças,
enlaças a vida em duas tranças.
Ó, saudade viva que envolve este ar,
e devolve a paz quando descansas.

És tu esse vento que sopra de verdade?
Essa nova força que estremece a cidade?
Essa geometria, simetria, equidade,
essa dimensão sem igual e sem maldade?

Não sejas a negra nuvem que esconde o que não alcanças.
Não percas o teu tempo, camuflando histórias e lembranças.


Rita f.
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