terça-feira, 29 de julho de 2008

Um muito obrigada - 1.Julho.2008

Obrigada a todos os que puderam comparecer. Obrigada também aqueles que não estiveram presentes, mas, espiritualmente, estiveram sempre lá.
Não consigo descrever a minha tão grande gratidão por me terem acompanhado nesta data tão importante para mim. São estas pequenas coisas, estes pequenos gestos, que me alegram o dia-a-dia, que me fazem levantar sempre que aparecem obstáculos no meu caminho, que me fazem ver as coisas positivas da vida, por muito negativo que o ambiente possa estar. E talvez sejam também estas pequenas coisas que me fazem crescer. Sim, estou certa disso.
Com o tempo aprendi que a vida é feita de pequenas peças, que se montam, moldam e destroem; e cabe a nós lutar contra todas as tempestades para as manter fixas, no mesmo local. E só assim, essas pequenas peças dão grandes feitos, monumentos históricos, indestrutíveis. E a vossa companhia funciona como uma barreira que me ajuda a mantê-los de pé. A sério, não sei o que seria de mim sem vocês todos. São uma ajuda preciosa.
Com vocês chorei e ri, errei e aprendi; Todos os momentos estão gravados, e difícil será apagá-los da minha memória. Cada um ocupa um importante papel na minha vida; um papel único, indispensável e intransmissível.
Obrigada.
Rita f.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

'A Moment Like This'


E as saudades apertam. Sinto a falta daquela voz que me acalmava sempre que acordava alvoroçada, daqueles gestos carinhosos que me embalavam no frio da noite, daqueles brancos cabelos sedosos que me tocavam na cara e me faziam sorrir, daquele ‘Dorme, Ritinha’ que tanto gostava de ouvir, daquela alma viva e terna que me guiava para todo o lado. Tenho saudades, muitas saudades, daqueles momentos avó-neta, em que eu me sentava na cama a ouvir as mais variadas histórias que aquela pessoa tão bondosa tinha para me contar. A minha imaginação de criança fazia-me voar, vaguear por um mundo só meu, passar por lugares inimagináveis, escutando aquela doce melodia que entoava na minha cabeça, sem fim. Era tudo tão perfeito, tão calmo, tão puro.
E ela trabalhava tanto, ao mesmo tempo que tomava conta de mim, criança irrequieta e curiosa. E eu olhava bem os olhos cansados daquela pessoa sempre tão enérgica, e pensava: ‘Como é que és tão incansável, tu que trabalhas tanto ao cuidar de mim?’. Mas ela nunca se sentia cansada, nunca estava mal. Mesmo naqueles dias mais cinzentos e deprimentes eu conseguia encontrar a felicidade estampada naquele rosto. Quando havia algum problema, ela não se deixava ir abaixo. E eu observava aquele grande sorriso. O meu mundo parava para admirar aquela senhora. Para ela, o facto de eu estar bem bastava para ela estar também.
Nunca vi ninguém assim. Nunca vi ninguém que desse tanto de si próprio aos outros, não assim.
Custa-me pensar que um dia ela não estará cá quando eu a procurar, assim como eu não tenho estado presente quando mais precisa de mim. Custa-me pensar que um dia entrarei por aquela porta, e ela não estará lá para me receber, de braços abertos, olhos a brilhar, como costumava estar. Custa-me entender que não será sempre assim.


Em tudo o que puder, estou aqui.

Adoro-te, Avozinha.
Rita f.
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