domingo, 26 de fevereiro de 2012

Fatalidade


E o tempo vai passando, esgueirando-se discretamente por entre as nossas mãos. E nós, sem ligar aos inúmeros tic-tac que já se foram, ocupados com os afazeres da vida. Tão depressa se consome uma hora, uma semana, um dia. E, por todos os esforços que façamos, ou por muito que queiramos, ele não pára, continua a correr incessantemente como a água que flui nos rios. E nem sempre nos lembramos que cada segundo que voa é inapagável, não volta atrás nem é passível de mudança. 
As folhas caem, a estação muda, mudam as modas e as metas. Os transeuntes afogam-se num ciclo vicioso e rotineiro e percorrem as ruas como se de algo estivessem a fugir, oferecendo empurrões aqui e acolá a quem ousa meter-se no seu caminho. É logo essa correria matinal que os deixa sem fôlego, sem um pingo de energia para fazer seja o que for, por muita vontade que anteriormente houvesse. A nossa impotência é tal face a essa situação, que tentar fazer as coisas à nossa maneira seria quase um capricho, limitando-nos então a seguir o caminho em modo corrida, albarroados pela multidão.

Rita f.

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